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Flores da Sé

A temperatura estava amena, entre 22 e 24 graus centígrados, com poucas nuvens no céu. A Praça da Sé estava absolutamente limpa e cheirosa, com aroma de maçã, pêssegos, jabuticabas e tantas outras frutas que lotavam os galhos das árvores ali plantadas. Enchendo ainda mais o ar puro e fresco com aromas diversos, floresciam por todo canto álissos, madressilvas, rosas, cravos, lavandas, gardênias, jasmim-dos-açores, manacás-de-cheiro e jasmins-da-noite entre outras flores. O calçamento impecável de pedras portuguesas, brancas como leite e pretas como piche, sem um única falha, ideal para os passeios familiares e flertes juvenis, harmonizava-se com o projeto arquitetônico composto de jardins, passarelas e espelhos d’água enfeitados por monumentos. Eram tantos e tão bem cuidados que faziam da praça um museu a céu aberto. Tudo incrivelmente limpo e perfumado! Mas a que preço?

A Praça da Sé é um espaço público localizado no bairro da Sé, no distrito homônimo, no Centro do município de São Paulo, no Brasil. É considerado o centro geográfico da cidade. Nela, localiza-se o monumento marco zero do município. A partir dele, contam-se as distâncias de todas as rodovias que partem de São Paulo, bem como a numeração das vias públicas da cidade. Considerada quase um sinônimo para o Centro Velho, a praça é um dos espaços mais conhecidos da cidade e foi palco de muitos eventos importantes para a história do país. A praça abriga diversos monumentos e esculturas, entre eles o célebre Marco Zero no centro da praça e que indica o “coração” da cidade de São Paulo. À frente do Marco Zero, encontra-se o monumento a José de Anchieta, fundador de São Paulo e “Apóstolo do Brasil”, inaugurado em 1954 por ocasião do quarto centenário da cidade. Com a reforma de 2006, a praça recebeu diversas novas intervenções artísticas, de maioria abstrata; entre elas as esculturas “Condor” e “Diálogo”, entre outras. As esculturas foram espalhadas pela praça, e interagem com o espaço reformado. Apenas em 2009 foi instalada na praça um monumento em homenagem a São Paulo, apóstolo de Jesus e santo que dá nome da cidade.

Há um fluxo constante de turistas, de várias partes do país e do mundo, sempre fazendo questão de tirar uma foto ao lado do marco zero, de costas para a Catedral da Sé. Esta era em si um espetáculo à parte, com seu estilo neogótico. A catedral atual foi construída por iniciativa de Dom Duarte Leopoldo e Silva, primeiro arcebispo de São Paulo. Os trabalhos começaram em 1913 no local da catedral colonial demolida. O arquiteto responsável foi o alemão Maximilian Emil Hehl, que projetou uma enorme igreja em estilo eclético, por possuir vários elementos de estilos distintos, como a cúpula e o arco ogival, mas que predomina claramente o neogótico, inspirada nas grandes catedrais medievais europeias. Todos os mosaicos, esculturas e mobiliário que compõem a igreja foram trazidos por navio da Itália. Entretanto, devido às guerras mundiais, houve grande dificuldade para se concluir a obra. Assim, a inauguração da nova catedral ocorreu somente em 1954, com as torres ainda inacabadas, mas a tempo para a celebração do quarto centenário de São Paulo, no dia 25 de janeiro. As torres foram inauguradas em 15 de novembro de 1969. As obras foram tocadas inicialmente por Alexandre Albuquerque, e, a partir de 1940, por Luís Inácio de Anhaia Melo.

Era impossível não admirar a beleza da construção e o cuidado com a manutenção da igreja. Tudo nela brilhava de limpeza e cheirava a assepsia. Mármores, bronzes, mosaicos e madeiras absolutamente bem conservados e agradáveis de se olhar. Era a cereja do bolo da praça e ambas irradiavam uma sensação de paz, tranquilidade e segurança por todo o entorno composto pelas ruas e avenidas que a cruzavam ou ladeavam: Rua Anita Garibaldi, Avenida Rangel Pestana, Rua Roberto Simonsen, Rua Venceslau Brás, Rua Irmã Simpliciana, Rua Santa Tereza, Rua Floriano Peixoto, Rua Boa Vista, Rua 15 de Novembro, Rua Direita, Benjamin Constant, Rua Senador Feijó, Praça Doutor João Mendes, Rua Conselheiro Furtado e Rua Tabatinguera. O mesmo sentimento espalhava-se pelos bairros adjacentes, por toda cidade, pelos municípios próximos, por todo o Estado de São Paulo e demais unidades da Federação, por todo o Brasil e demais países do planeta. Mas nem sempre foi assim…

Quando eu era pré-adolescente, por volta dos 12, 13 anos, costumava ir até o centro com meu amigo Gordinho. Tomávamos o ônibus quase na porta de casa, na Mooca, e descíamos no ponto final, na antiga Praça Clóvis, ao lado da Praça da Sé. Nosso objetivo era atravessar a praça, pegar a Rua Direita até a Praça Patriarca, atravessar o Viaduto do Chá, contornar o Teatro Municipal, seguir pela 24 de Maio até a Avenida Ipiranga e chegar no Cinema Marabá para assistir aos filmes de aventura e ação. Tinha também o Olido, o Metrópole, Comodoro, Marrocos, Metro, Regina e Ipiranga. Salas clássicas, cinemões de arquitetura e programação variadas, para todos os gostos. Passeávamos por toda região com bastante segurança, via-se meia dúzia de pedintes, de alguns já se sabia até os nomes. As pessoas que por ali circulavam estavam a trabalho ou passeio, para comprar ou vender, atender ou ser atendido. 

Era o início dos anos 1970 e as dificuldades da época pareciam ser contornáveis, passíveis de solução. Mas o que se viu dali para frente foi uma espiral de problemas, locais e mundiais, em todos os níveis. Crises e mais crises político-sócio-econômicas foram se acumulando, agravadas pela poluição e esgotamento de recursos naturais, gerando conflitos sem precedentes. Em alguma décadas as populações de países inteiros se viam obrigadas a iniciar ciclos migratórios sem rumo certo, na esperança de sobrevivência. A concentração de riquezas e o poderio econômico criaram um cenário composto por avanços tecnológicos e luxo em contraste a hordas de famintos e desprovidos das mínimas garantias. O Brasil não estava livre disso e, no início de 2020, me lembro de ter voltado ao centro da cidade após muito tempo. Era estarrecedor a quantidade de lixo, sujeira e pessoas vagando desnorteadas pelas ruas históricas. Havia ainda muita atividade produtiva, com lojas e comércios variados e escritórios, mas a quantidade de indigentes espalhados pelo chão era proporcional à de pessoas ativas economicamente. Então aconteceu…

O ano de 2020 foi um marco na história da humanidade graças ao Corona, o vírus. No início daquele ano ninguém poderia imaginar as reais consequências que a rápida transmissão do vírus – apelidado de “coronavírus de Wuhan” – traria para todo planeta. O termo “coronavírus” se refere, na verdade, a um grande grupo viral formado por diversos vírus já conhecidos e identificados. O nome da família foi dado devido à forma desses organismos, que analisados em microscópios, têm a aparência de uma coroa. Os coronavírus são um grupo de vírus de genoma de RNA simples de sentido positivo (serve diretamente para a síntese proteica), conhecidos desde meados dos anos 1960. Pertencem à subfamília taxonómica Orthocoronavirinae da família Coronaviridae, da ordem Nidovirales. A maioria das pessoas se infecta com os coronavírus comuns ao longo da vida. Eles são uma causa comum de infecções respiratórias brandas a moderadas de curta duração. Entre os coronavírus encontra-se também o vírus causador da forma de pneumonia atípica grave conhecida por SARS.

O coronavírus de Wuhan, no entanto, teve um desempenho letal devastador. A estimativa da população mundial era de cerca de 7.761 bilhões de pessoas. Aproximadamente ¼ da população mundial, pouco menos de dois bilhões de seres humanos perderam a vida, por relação direta ou indireta com a doença, em pouco mais de oito meses. Não houve critérios de seleção. Bastava ter cabeça, tronco e membros, mente e alma, bastava ser humano! Assim como chegou, desapareceu. Do nada! Milhares de teorias científicas e religiosas tentaram explicar fato tão apocalíptico, mas a verdade é que nenhuma se ajustou à força e violência, assim como à consciência e inteligência aplicadas à nova era imposta a partir de então. Todos os recursos passaram a ser disponibilizados para o bem comum, sem barreiras ou fronteiras, entre todos. A busca pela solução da doença deu início a um projeto de educação e saúde global, sem deixar de fora nem mesmo as pessoas vivendo nos lugares mais remotos e afastados, graças a toda tecnologia de comunicação disponível. Atingiu-se um nível de conhecimento globalizado, onde a vida humana passou a ser a prioridade. 

Hoje, passados quase 40 anos desse ano fatídico e inesquecível, os que sobreviveram à experiência mais traumática da história da humanidade, colhem o resultado do maior flagelo vivido pelo Homo Sapiens: o absoluto respeito pela natureza e ao próximo, como a si mesmo.

CaMaSa

Pai

Pai

 

Quando a hora mais escura impõe, rogai

e a fome lancina a barriga ronca, plantai

e o mal sorrateiro falso se aproxima, lutai

e a dor imensa explode em nós, chorai… 

 

Quando a luz do Sol a Terra ilumina, olhai

e a esperança brota com certeza, dançai

e os filhos crescem com respeito, cantai

e a vida traz todo o entendimento, amai…

 

Porque somos um, eu você a mãe e o pai.

CaMaSa

Quando

Quando

 

quando o Mestre vem para este mundo 

 

planta sementes nos corações sedentos 

e homens comuns os faz extraordinários

humildes de compreensão justiça e paz 

fala a todos toca o indivíduo na emoção 

não importa a origem status e condição 

todos podem dizer sim para essa união 

abre portas e janelas para a realidade 

tira da frente dos olhos o véu da ilusão 

permite a cada um viver toda a verdade 

mostra em cada um o bem e a maldade

e a livre escolha para a eterna felicidade 

como uma real e concreta possibilidade 

abençoa os homens e mulheres e todos 

com a sua presença enxuga as lágrimas

e esse milagre incrível se torna possível 

 

quando o Mestre vem para este mundo

CaMaSa

Arnica e Babosa

Era uma dupla tão improvável quanto Sancho Pança e Dom Quixote ou, mais precisamente, Laurel & Hardy, já que o business era cinema e um era gordo e o outro era magro. Tinham cruzado seus caminhos desde tempos imemoriais e criado uma simbiose perfeita desde sempre. Ganharam os apelidos devido ao uso permanentemente contínuo de extrato de arnica, nome popular da espécie vegetal de nome científico Arnica montana, uma planta originária das montanhas da Europa e da Sibéria, utilizada há muitos séculos na medicina alternativa para o tratamento da dor e inflamação de diversas condições, e babosa, ou aloe vera, que ajuda a cuidar da beleza e da saúde e é muito conhecida por seus benefícios como efeitos calmantes, cicatrizantes, anestésicos, antitérmicos e anti-inflamatórios, além de ser ótima para hidratar cabelos e pele. Ambas as plantas receitadas por uma senhora italiana muito sábia e muito confusa, na casa dos 90 anos. 

Arnica era forte, encorpado, gordão mesmo, com uma agilidade e vitalidade de bailarino. Vivia besuntado de extrato de arnica para aliviar as dores musculares constantes. Sua presença era sentida à distância, pelo tamanho e pelo cheiro! Tinha os pés fortemente plantados no chão, lidava com as coisas práticas e os problemas de produção de um filme independente realizado no Brasil. De coração e bom humor maiores que seu corpinho de 136 quilos espalhados por 1,80 mts de altura, tinha uma gargalhada pronta e fácil para os fatos mais corriqueiros. Falante, era companhia agradável e sempre requisitada, ao mesmo tempo que era hábil nos negócios mirabolantes que sua função exigia. Conseguia pregos e sofás, bicicletas e paraquedas, figurantes e atores globais. Locações em praças, restaurantes, bibliotecas, prédios públicos e fábricas gigantescas, sempre negociando um crédito, uma aparição de destaque da mulher, da filha, ou da amante de algum figurão local. Merchandising era seu sobrenome!

Babosa era o oposto complementar. Alto, era obrigado a olhar todos de cima dos seus 2 metros de altura, magro, bonito e sonhador, galante e envolvente, tinha a habilidade de seduzir com os olhos verdes e fazer as pessoas acreditarem reais suas quimeras, comandando pela empatia, não pela força. Tinha fortes entradas no alto da testa, massageadas frequentemente pela baba da planta babosa. Para ele o cinema era a Sétima Arte, com letras maiúsculas e devaneios gigantes como castelos de areia e ilusão. Acreditava no que imaginava com a força da realidade, muitas vezes vivendo com os pés neste mundo e a cabeça no outro. As barreiras e dificuldades do cotidiano faziam parte do seu filme, da sua história, e lhe cabia conduzir a todos que o cercavam pelos cenários imaginários de suas emoções. Confiava em todos de coração, sem julgamentos ou arrependimentos, já que todos faziam parte do roteiro pré-determinado escrito na adaptação de sua mente ao mundo real. Imagem & Ação era o seu sobrenome!

Aos dois juntava-se uma trupe completa de atores, principais e coadjuvantes, diretor de fotografia, de arte, cenógrafo, continuista, assistente de produção, assistente de direção, maquiador, fotógrafo, iluminador, catering, maquinista, operador de cabo e auxiliares diversos. Ninguém recebia salário, trabalhavam para compor currículo, num sistema ad exitum, caso o filme fosse lançado comercialmente e rendesse dividendos, ou por amor à Arte. Arnica garantia hospedagem e alimentação nos hotéis e restaurantes locais em troca de gravações de cenas nos ambientes da cidade e menções honrosas nos créditos finais da película. Ele, Babosa e os atores, normalmente se hospedavam nos melhores hotéis e a equipe técnica ficava nos hotéis mais simples ou nas pensões. Essa era a maneira de fazer cinema no Brasil sem dinheiro.

O roteiro do filme, criado pelo próprio Babosa, era uma obra aberta que ia se adaptando aos cenários locais disponíveis, ao sabor do clima, do dia e da noite. Havia o momento de gravar a cena do encontro entre a mocinha e o galã que normalmente dava início a todo processo de filmagem numa localidade. Montavam o aparato com câmeras e microfones, trilhos, pedestais, cabides com figurinos, cabos e lâmpadas. Mais ou menos como levantar a lona de um circo mambembe. Cercavam a área com fitas amarelas e todos se posicionavam sob as ordens do diretor: – Atenção! Silêncio no set. Gravando…

O casal caminhava por uma rua enluarada, conversavam sorridentes trocando palavras decoradas e olhares enamorados. Ninguém emitia um som, o silêncio era estelar e a iluminação realçava a beleza do momento. O câmera acompanhava a cena com o seu equipamento deslizando sobre trilhos, empurrado, lentamente, por um ajudante agachado. Babosa olhava o resultado captado num monitor e interrompia uma e outra vez, dando conselhos e orientações carinhosos aos protagonistas, pedindo para que refizessem a tomada novamente… e novamente… e novamente…

Os moradores se aproximavam curiosos, desconfiados e depois fascinados. O que era aquilo? Era um teatro? Televisão? Não, cinema… Ficavam olhando admirados, boquiabertos, e logo a notícia corria, se espalhava como fogo em capim seco. Homens, mulheres, jovens e crianças de colo cercavam o local num alarido estridente e incontrolável. Arnica fazia valer o corpanzil e, com voz de tenor, exigia silêncio, sabendo-o impossível. A isca já havia sido engolida com anzol e tudo, e o peixe já estava no papo. Não que houvesse má intenção da parte deles. Era uma troca. Davam àquela gente um motivo de interesse, alegria e diversão, para receber acolhimento e atenção especial. 

Nem sempre eram bem recebidos! Certa vez chegaram numa localidade esquecida no norte de Minas Gerais, cansados e famintos. Montaram o set antes de fazer contato com as autoridades do município e foram interrompidos, ao iniciar os trabalhos, pelo delegado local que chegou do nada acompanhado de um sargento numa viatura de polícia, uma Chevrolet Veraneio branca e preta, diretamente saída dos anos 70! De óculos escuros, camisa listrada de golas largas e cabelo esticado de lado com algum tipo de goma oleosa e brilhante, o delegado Soares irrompeu a cena exigindo explicações. Acalmou-se quando explicaram o que faziam ali e, inclusive, incluiriam a ambos, o Soares e o sargento Bororó, na cena de ação que acabava de ser incorporada no roteiro e seria filmada naquele exato momento. Fizeram parte das filmagens naqueles dias também o Prefeito Apolinário, a primeira dama Risoleta e suas duas filhas, Mariluce e Ritaluce, o Padre Anésio e dois coroinhas, 4 beatas e, ainda, três bêbados no papel de bandidos. Hospedaram-se espalhados por todo vilarejo, na prefeitura, na igreja, no jornal de oposição local e no estábulo municipal, de acordo com a hierarquia da equipe.

Repetiam o processo a cada cidade, colhendo cenas de amor, paixão, ódio e vingança nos ambientes mais diversos e inusitados. Ruas e ladeiras, lojas de grifes e hospitais. Nos rios e cachoeiras, nas fazendas, ordenhando o leite ou colhendo o café. Usavam diversos sotaques e línguas, num painel cultural que contemplava todos os povos. Gravavam cenas de dança de salão em restaurantes com música ambiente. O conjunto, os garçons e os clientes faziam papel de figurantes, todos animadíssimos com a possibilidade de aparecer na tela gigante dos cinemas do país e, quem sabe, do mundo! Nesses momentos, todos comiam, bebiam e brindavam ao filme e aos prêmios nacionais e internacionais que ganharia. Gramado, Berlim, Cannes, o Oscar… Não havia limite para as possibilidades de sonho que estavam tornando vivas ali, naquele pedaço abençoado de mundo, com a colaboração de todos.

No fim dos trabalhos, despediam-se de todos, muitas vezes com discursos acalorados e bandas de música. Saíam da cidade com o carro e a camionete carregados de equipamentos e presentes, comida e bebidas, galinhas e ovos, queijos e linguiças. Ganhavam frutas e espigas de milho, cocadas e doces de leite, pães, broas e bolos, compotas e leite de cabra. E pinga, muita pinga, porque o interior do Brasil é movido a álcool, energia limpa e renovável. Deixavam para trás boas lembranças, paixões e amores, vez ou outra um filho. Seguiam adiante na direção que soprava o vento e o sol se punha, para retomar a rotina na próxima cidade, gravando cenas e mais cenas sem fim, com personagens de carne e osso, feitos de sonhos reais e esquecidos. Filmando onde houvesse uma praça, um coreto ou uma estória de amor, com uma pitada de mistério.

CaMaSa

Sorte

Sorte

 

Agradeço tive sorte extrema sorte 

nas horas ruins vi pessoas certas

nos momentos duros frios escuros

encontrei paixão dor e amor 

amigos vazios e nossas tristezas 

e dos inimigos de grande valor 

aprendi o que tinham para ensinar 

 

Tive sorte a sorte de um menino 

quando encontra luz pelo caminho 

a lâmpada ilumina o próximo passo 

esfregada concede um só desejo 

dinheiro poder fama sucesso glória 

escolhi o maior de todos desafios 

o conhecimento de mim mesmo 

 

Do alto da minha insignificância 

sei de onde vim o que sou onde vou

isso é o que sei e isso não é pouco 

finja que não entende o que digo

é mais fácil diga que estou louco 

uma gota rumo ao oceano amigo 

será lá que iremos nos encontrar

CaMaSa