fbpx
(5511) 2601-4128 contato@camasa.eti.br
Escolha uma Página

Confesso e já vou me declarando culpado, aceito a condenação, uma vez que se trata de crime indesculpável.

Segundo o Michaelis, hacker é o Indivíduo que se dedica a entender o funcionamento interno de dispositivos, programas e redes de informática com o fim, entre outras coisas, de encontrar falhas em sua segurança ou conseguir um atalho inteligente que possa vir a resultar em um novo recurso ou ferramenta. A raiz da palavra é hack, e dela temos inúmeros significados:

Hack1
Nome:
corte, entalhe, fenda, brecha.
contusão ou ferimento causado por um pontapé (futebol), canelada.
enxada, picareta.
tosse curta e seca, tossidela.
Verbo transitivo + verbo intransitivo:
cortar, talhar, entalhar, picar, golpear.
dar um pontapé (em futebol) ou canelada.
estropiar (a língua).
tossir (seco).

Hack2
Nome:
(Britânico) cavalo de aluguel, cavalo velho ou de uso geral.
(Americano) carro de aluguel, táxi.
Verbo transitivo:
montar (um cavalo alugado).
alugar (um carro ou táxi).

Hack3
Nome:
(Gíria) picareta, charlatão: profissional incompetente e antiético (médico ou advogado).

Daí surgiu o termo ciberpirata, indivíduo com sólidos conhecimentos de informática que invade computadores para fins ilegais como, por exemplo, fraudar sistema telefônico, copiar programa de computador ou material audiovisual, fonográfico etc., sem autorização do autor ou sem respeito aos direitos de autoria e cópia, para comercialização ou uso pessoal; cracker, hacker, pirata eletrônico.

Difícil de defender!

Muitos alegam questões ideológicas, partidárias, humanistas. Alguns afirmam que os fins justificam os meios, que na guerra vale tudo, que é necessário um grupo esclarecido de privilegiados para conduzir a massa ao paraíso, que a fome está acima das leis… Nada que justifique, claro. Roubar é roubar e ponto final. Não deveria haver dúvida sobre questões éticas e morais. No fundo sabemos o que é certo e errado, independente da cor que se dê ao fato. Para mim tudo é completamente transparente, fácil distinguir o preto no branco…

A menos que se trate do Palmeiras. Aí minha vista fica turva, os julgamentos embaçam, vejo o adversário como inimigo a ser batido, esmagado e destruído. Só interessa a vitória, sempre. A qualquer custo. Compre-se o juiz, abaixe-se a bandeirinha, quebrem-se canelas, cuspa-se no outro. Suborno, enganação e corrupção, tudo a serviço de mais um campeonato… e outro… e mais outro… e todos, para sempre!

Escrevendo isso vejo quanto é ridículo o fanatismo radical. Como se o fanatismo não fosse radical e vice-versa. São paixões, e elas nos cegam. Não permitem isenção de julgamento, pois estão comprometidas com princípios e fundamentos não questionáveis. Você deve aceitar somente a cor verde, caso contrário não é um dos nossos. É inimigo.

Como hacker, não invadi sistemas de segurança complexos, de governos ou bancos, a estrutura científica da Nasa e os planos para levar o homem além do sistema solar, os segredos do Vaticano e museus. Nem a privacidade de autoridades e celebridades. Reis, Princesas, Presidentes e Ministros, artistas e aspirantes à sub-celebridades. Não hackeei o celular de ninguém, pois sempre me perguntei se eu gostaria que invadissem minha privacidade, soubessem quanto devo no banco, lessem as mensagens de amor e amizade que envio aos que quero bem, descobrissem o quanto sou fraco, normal, simples e humano.

Na realidade avancei sobre um território proibido mas acessível, assustador mas amoroso, escuro mas brilhante. Nele os que entram não voltam, os mesmos. Mutam-se em seres de alguma forma melhores, deixam lá dúvidas e temores. Lá encontram respostas para perguntas não feitas e sentem a paz das estrelas. Eu hackeei o coração do homem, cheio dessa energia que chamam de Deus, criador de todos e de ninguém, de quem acredita e de quem não vê.

Assim sendo, não tenho outro recurso além de aceitar que a justiça seja feita, me aplicando o maior dos castigos: não encontro compradores de tesouros tão valiosos. Sou condenado a voltar de dentro, espalhando a quem quiser saber essas informações tão preciosas, que ao serem proclamadas pela minha boca em alto e bom som, claras e cristalinas, aos olhos de quem escuta e ouvidos de quem lê, transformam-se em poesia.

CaMaSa